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Não as castigarei por isso

abril 21, 2024

E assim as suas filhas viram prostitutas, e as suas noras cometem adultério. Mas nem por isso eu as castigarei; pois vocês, homens, têm encontros com prostitutas nos templos pagãos e vão com elas oferecer sacrifícios aos deuses pagãos. E assim um povo sem juízo caminha rápido para a destruição! Oséias 4.13-14

 Chega a ser estarrecedor como ainda hoje, o incidente em que Jesus inocentou uma mulher flagrada em adultério, e condenou os seus acusadores, é recebido com ressalvas pelos cristãos, mesmo por aqueles que não possuem resquícios de fundamentalismo. Este texto, por ser inusitado, pode ser controverso, porém se torna efêmero diante da enorme quantidade textos, também bíblicos, que condenam o adultério sumariamente à morte. Ficamos com a impressão de que a atitude que Jesus tomou naquele dia foi um milagre que não tem a mínima chance de ser reprisado, assim como foi a multiplicação dos pães ou quando ele andou sobre as águas.

 Muito embora a nossa geração de cristãos tenha feito concessões em várias outras disposições da vida, disposições essas que há pouco tempo eram consideradas iníquas e inaceitáveis, tais como a dissolução do casamento ou aceitação de outras opções sexuais, além das eram consideradas normais. No entanto, os parâmetros que condenam o adultério, mormente o feminino, permanecem firmes e inabaláveis. O fato de se priorizar o adultério feminino, pelo que parece, aboliu definitivamente a palavra “adúltero” do nosso vocabulário. No nosso mundo de hoje não existem adúlteros, somente adúlteras.

 Muito se especula também sobre o que Jesus escreveu na areia naquela hora. Alguns entendem que era a relação de pecados dos que ali estavam. Os mais especulativos intuem que ele escreveu os nomes daqueles que já haviam adulterado com ela. Possivelmente estes seriam os mais exaltados, pois de alguma forma também se sentiam traídos por ela. Mas será que existe alguma remota possibilidade de que este episódio não fosse tão inédito na Bíblia, como estamos acostumados a pensar? Existe sim, e ele é tão elucidativo quanto desafiador.

 Na contramão de tudo o que fazemos hoje, Oséias, o profeta bíblico que mais conviveu com situações de adultério, fazia exatamente o contrário: inocentava as adúlteras e condenava os adúlteros. Oséias foi fundo nessa questão, para se certificar dos verdadeiros motivos que levavam as mulheres, não somente ao adultério, mas também à prostituição.  Invariavelmente ele encontrava esses motivos na falta de discernimento da situação vigente e no prazer mundano que encontraram na prática da idolatria. Privilégio legado principalmente aos homens que detinham a influência do poder político e religioso.

 Esta profecia veio para inverter todo o contexto. De repente Jesus não fez outra coisa, senão dar novamente vida à profecia preestabelecida de Oseias. Profecia que estava covenientemente sepultada. Jesus evoca uma regra de conduta que suplantava todas as disposições em contrário. Com a sua meia dúzia de palavras, Jesus faz com que o dedo do acusador se volte inexoravelmente contra ele.

 Jesus enxergou o que havia por trás da consumação do adultério. A ausência de um amor que nunca foi encontrado no seu marido, e que provavelmente também não seria encontrado no amante. Viu as decepções de uma adolescente esperançosa, que deixou a casa de seus pais, onde gozava de carinho e consideração, para ser jogada contra vontade, em um mar de obrigações e desprezos. Jesus viu ainda mais além: ele viu o coração faccioso de homens que caminhavam a passos largos para a sua destruição, para a qual não teriam qualquer rota de fuga. Sem se dar conta das consequências nefastas das suas vidas de iniquidades, regozijavam-se em condenar à pena máxima uma mulher que, nas suas leis, não encontraria qualquer possibilidade de defesa.

 Entenderíamos melhor esta insolência de Jesus contra os poderes vigentes, se lêssemos o que disse o profeta Oséias numa linguagem mais adaptada para os dias de hoje. Com alguma sensibilidade o leríamos assim:

 O vinho e whisky deixaram o meu povo em um estado de estupor. Eles buscam resposta em uma árvore morta e socorro em um ídolo de pedra. Esperam soluções de um copo d’água em cima de uma TV. Bêbados após o sexo, eles mal conseguem encontrar o caminho de casa. Eles os adoram nos topos das montanhas, e lá fazem saraus, na ilusão de que praticam a verdadeira religião. Sob os carvalhos, eles se refastelam, dormem e relaxam. Antes que percebam, suas filhas se tornam prostitutas, seus filhos pervertidos e as esposas de seus filhos estão dormindo com estranhos. Mas eu não estou indo atrás das suas filhas que se prostituíram, nem das suas esposas que adulteraram. Estou indo atrás vocês, homens, que se prostituem com todo tipo de engodo, e depois vêm à minha casa para me adorar, profanando o meu santo Nome.

Simples sinais: Jesus e a política

abril 14, 2024

Depois partiu o pão e deu a eles. Aí os olhos deles foram abertos, e eles reconheceram Jesus. Mas ele desapareceu. Lucas 24:30-31 

Dias antes desse inusitado acontecimento, em Lucas 16:8, temos a narrativa de Jesus afirmando aos seus discípulos que os filhos das trevas são mais astutos que os filhos da luz. Talvez hoje Jesus fosse politicamente correto não chamando-os de astutos, mas sim de pessoas mais adaptadas às circunstâncias da vida ou, quem sabe, mais atentos e que melhor elucidam os sinais dos tempos. E não há na história da igreja uma geração que mais tenha se empenhado em tornar fato concreto

esta profecia do Divino Mestre. Não temos motivo algum para crer que tenha existido um ajuntamento de seguidores do evangelho que tão erradamente interpreta o mundo e os acontecimentos à sua volta quanto a presente geração. O pensador Rich Smith sintetiza esta questão dizendo o seguinte: Os cristãos veem o Diabo em tudo, seja na Coca Cola, Maionese, Revistas, Jogos de vídeo game, etc. Só não conseguem ver o Diabo em falsos profetas pregando heresias dentro das igrejas! 

O pior de tudo isso é ter que aceitar passivamente o conceito de que a igreja precisa se ajustar a tais evidências, contrariando assim, os pequenos e singelos sinais que não permitiram que os cristãos do passado se curvassem às circunstâncias, por mais espetaculares que elas pudessem parecer. Um dos inquestionáveis exemplos é o nosso texto bíblico de hoje, que narra o diálogo de Jesus com os caminhantes de Emaús. Tudo dava a entender que aqueles dois só prestaram atenção às promessas de Jesus que lhes interessavam mais diretamente. A restauração do estado independente de Israel, que estava sob o domínio romano, era mais urgente e importante do que os sinais de um novo tempo que Jesus apontou nas Escrituras. Ambos estavam tristes porque todas as evidências indicavam uma derrota fragorosa do Reino que ele veio anunciar. Porém, tudo mudou quando Jesus, com um simples gesto, partiu o pão. Isso, de imediato, os fez enxergar a incomensurabilidade do poder de Deus desbaratando de vez as tais evidências que se mostravam contrárias. 

No que diz respeito à segunda vinda de Cristo, também existe todo um corolário de besteiras que vem se aperfeiçoando pela análise equivocada de sinais considerados evidentes. Investindo contra todo ensinamento bíblico, insistimos em considerar catástrofes e conflitos do nosso cotidiano, como bênçãos que anunciam que a volta de Jesus e a instalação definitiva do seu reino de glória está prestes. Mas nunca enxergamos as oportunidades claras que a Palavra de Deus nos prove para transformar esta realidade. 

Não sabemos ao certo a quantidade de cabeças as nossas bestas apocalíptica têm. Mas ao que parece, a besta que emerge da política nacional, esteja ela de que lado estiver, encontrou mais militantes fiéis dispostos a morrer por ela no meio evangélico, do que em qualquer outro segmento da sociedade. Para dizer a verdade, nunca vi tantos pastores envolvidos em adversidades e conflitos, com quando se declaram ser de Lula ou de Bolsonaro. Nem mesmo o tsunami da Ásia ou todos os desmoronamentos de enchentes no Brasil juntos conseguiram submergir tantos crentes em suas águas avassaladoras. 

Se tem uma coisa errada, e que não está certa, é a nossa maneira de ser cristão hoje, é a nossa visão de mundo. Jesus foi objetivo em dizer que seu reino não era desse mundo. Está certo. Mas ele também deixou bem claro a Pilatos, quem é aquele que está no controle desse mundo. Quando Pilatos lhe disse que tinha autoridade para soltá-lo, Jesus imediatamente o contestou: O senhor só tem autoridade sobre mim porque ela lhe foi dada por meu Pai. João 19:11 Se existe alguém que pode nos livrar desse mar de lama, esse alguém não está em Brasília, no Twitter, no Facebook ou no raio que o parta. Antes que Jesus desapareça, precisamos urgentemente descobrir que a verdade sobre este nosso mundo e sobre os rumos que deve tomar, só pode ser encontrada nos pequenos sinais que foram escritos com sangue na cruz e nas páginas da boa e velha Bíblia. E que podem ser invocados na mais singela e sincera oração. Sinais simples assim.

A luta dos deuses

abril 07, 2024

O Senhor disse a Moisés: Vá ao faraó, pois tornei obstinado o coração dele e o de seus conselheiros, a fim de realizar estes meus prodígios entre eles, para que você possa contar a seus filhos e netos como zombei dos egípcios e como realizei meus milagres entre eles. Assim vocês saberão que eu sou o Senhor. Êxodo 10:1-2 

Em um mundo oprimido, a evangelização deve chocar-se fundamentalmente com a idolatria e não com o ateísmo. (Paulo Richard) 

Por mais que se dê sentido a os eventos celebrados na Páscoa, até o maior deles que é a ressurreição de Cristo, nunca se pode perder a dimensão de que ela é uma celebração pela vitória de Deus em uma luta que se julgava irremediavelmente perdida. Não me refiro apenas à Páscoa celebrada no mundo cristão, mas também a Páscoa que marcou a nossa saída, como povo de Deus, da opressão egípcia. Dito deste modo pode parecer um embate simples, cuja previsibilidade da vitória do Deus de Israel sobre os inimigos era líquida e certa. Pode parecer que foi uma batalha desigual entre Deus e os egípcios ou entre Deus e Faraó, mas esta não foi uma questão tão simples assim. Não foi uma luta entre Deus e homens e sim uma luta entre o Deus libertador e os deuses da opressão. 

Essa proposta fica bem clara, nas dez pragas que recaíram sobre o Egito, como sinal de Deus para que Faraó deixasse o seu povo ir. Elas assinalam a vitória contra Hapi, o deus personificado pelas águas do Nilo. Contra Amonet, o deus sapo. Contra Apis e Serapis, deuses que se apresentavam sob a forma de touros. Contra Aton, o deus sol, e contra a maior representação de um deus na terra, Faraó e o seu primogênito. Logicamente que estes não eram deuses na realidade, mas justamente pelo fato de erem considerados deuses é que tinham maior poder. Não um poder divino, místico ou mesmo supersticioso, mas a exponenciação do poder do mal que pode ser levado a cabo nas ações humanas mais aterrorizadoras. Neste caso faz-se necessário que a ação de Deus contra essas forças se torne uma complexidade sem medida. Não pode haver nada mais maléfico nem mais perigoso do que a maldade humana travestida de vontade divina. Por isso, essa luta não se tratava simplesmente de se tirar uma forma de poder para se instaurar outra, como se diz popularmente: trocar o inimigo dos nossos amigos, pelo amigo dos nossos inimigos. Tratava-se sim de desmascarar de vez esse tipo de poder, revelando a todos a sua mais oculta face maligna e opressora. 

Quanto maior for o seu poder bélico, de maior ponta o seu conhecimento científico, e quanto mais inesgotável forem as suas riquezas, tanto maior será a capacidade de um povo de fabricar deuses e símbolos religiosos. O que soa como disparidade, pois a tendência de um maior conhecimento seria justamente levar o indivíduo a libertar-se dos amuletos, mandingas e superstições naturais das religiões primitivas. Mas acontece o contrário, oportuniza o aperfeiçoamento da escravidão, adaptando-a ao mundo moderno. 

A proposta da Páscoa é totalmente outra. Não é a simples troca de um tipo de escravidão por outro; de uma servidão por outra, de um deus por outro. Ela é libertação total e irrestrita do ser humano de todas as coisas que o escravizam. Ela é, inclusive, a liberdade para alguém crer ou não crer nisso. O mal já foi definitivamente derrotado na cruz, e não o será por um por um anjo do Apocalipse com uma espada flamejante, mas pelo amor de um cordeiro, que mudo e humilde se entregou em sacrifício, pagando o altíssimo preço que era exigido pela nossa liberdade. 

Celebrar a Páscoa é muito mais do que festejar a volta à vida de alguém que estava morto. É celebrar antecipadamente o jamais visto ou experimentado modo de vida, em que os deuses da opressão, sejam do Egito ou de Roma, embora ativos e presentes, estão com os dias contados, pois o juízo sobre eles foi decretado. Como nos ensinou a cantar Martinho Lutero: O príncipe do mal / Com seu plano infernal / Já condenado  está / Vencido cairá / Por uma só palavra.

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